O QUE VOCÊ NÃO DEVE DEIXAR PARA DEPOIS AO COMPRAR UM SEMINOVO
Depois que o governo resolveu incentivar a compra de carros novos, há um mês, começam a sobrar seminovos no mercado, o que ajudou a baixar o preço dos usados e fez com que muitos aderissem a seu primeiro usado. Mas nessa hora surge uma dúvida que compradores de carro zero nunca tiveram: que manutenção deve ser feita num modelo como esse? Pelo menos na maioria das vezes, dá para mexer no que é mais urgente primeiro e deixar o resto para depois, sem comprometer sua segurança e o bolso.
Foi o que fez o vendedor Maurício Santoro, que acabou de comprar um Civic 2003 na revenda Honda onde trabalha, em São Paulo. "Precisei fazer pouca coisa. Apenas comecei trocando o óleo do motor, o conjunto das correias e seus respectivos rolamentos", diz ele. "Além disso, tinha um amassadinho no para-choque e o espelho do para-sol estava quebrado, detalhes que acabei deixando para depois, bem como a instalação de novas calotas originais", diz. Se você também pensa em comprar em breve um usado, veja a seguir as dicas para quem pretende gastar pouco para deixá-lo em ordem, mas sem correr o risco de ficar na rua por uma avaria que poderia ser evitada, caso ele esteja fora do período de garantia e não tenha as revisões perfeitamente em dia.
Quem conhece prioriza
É unânime entre especialistas que a primeira manutenção a ser feita após comprar um usado é trocar o óleo do motor, os filtros (óleo, ar e combustível), todas as correias e os rolamentos ligados ao funcionamento delas. "Mesmo que as correias tenham bom aspecto, podem se romper na primeira esquina. Não há como descobrir se podem rodar mais ou não", diz o mecânico Wiliam Santos, dono do Patola Auto Center. O peso no bolso depende do modelo. Num VW Gol, óleo e filtros ficam em 171 reais na autorizada, enquanto os de um Citroën C4 saem por 281 reais. Mas na troca das correias a diferença é maior: 185 (Gol) e 560 reais (C4). "Aliás, como as correias terão que ser trocadas, podem-se resolver eventuais problemas de vazamento de água ou óleo com a troca das bombas e, se for o caso, também da válvula termostática", diz Santos.
Dono da oficina Suspentécnica, Alberto Trivellato diz que se a altura do pedal de freio não estiver adequada ou não houver modulação progressiva na frenagem, será preciso verificar itens importantes que não podem ser deixados para depois, como fluido de freio, hidrovácuo, pastilhas, discos e flexíveis. "Qualquer tipo de ruído ao pisar no freio é outro sinal de que há algo errado", diz Trivellato. Ele também diz que, "se o carro estiver puxando para um lado, pode ser apenas falta de calibragem dos pneus. Mas se isso continuar após calibrá-los, pode haver vazamento de fluido, pastilhas gastas, entre outros componentes". Trivellato vai além: "Frente mais baixa que a traseira, ou vice-versa, também pode significar mais gastos com molas, amortecedores e braços de suspensão, entre outros itens".
O próprio dono do veículo pode analisar pontos que são importantes e para os quais muita gente não liga no primeiro momento, conforme explica Gerson Burin, analista técnico do Centro de Experimentação e SegurançaViária (Cesvi)."Algo que precisa ser visto e resolvido imediatamente caso esteja com defeito é a firmeza e o travamento dos bancos, bem como o funcionamento dos pedais, diretamente ligados à dirigibilidade e segurança do veículo", afirma ele. "O mesmo vale para faróis e lanternas, como retrovisores, limpador de para-brisa, desembaçador e cintos de segurança." Afinal, uma lâmpada queimada da seta ou um limpador avariado podem ser suficientes para causar uma batida evitável.
É barato e economiza
O campeão entre os itens cuja troca não é urgente, mas também não vai pesar no seu orçamento, é o conjunto de velas. "Num popular, como o Ford Ka, as velas duram em torno de 40 000 km e a troca em uma concessionária custa 40 reais", afirma o gerente da oficina da rede Ford Sandrecar, Cleyton Carvalho. A dupla alinhamento e balanceamento também faz parte da lista de itens que valem a pena ser feitos quando o seminovo recém-comprado vai para a oficina. A cada 10 000 km é preciso fazer esse serviço, que numa autorizada sai por cerca de 130 reais, jun- to com o rodízio de pneus, caso o nível de desgaste da banda de rodagem ainda permita. "Dificilmente quem vai se desfazer de um usado faz esse tipo de serviço às vésperas de vendê-lo, por isso o custo fica para quem vai comprar o carro", diz Carvalho.
Dá prazer e valoriza
Assim como fez Maurício Santoro, dono do Civic, o recomendável é deixar a parte estética (amassados na lataria, riscos na pintura, rodas arranhadas) para depois, assim você não corre nenhum risco de sofrer acidente por mau funcionamento. Porém, um bom mecânico pode ajudá-lo a ter uma ideia do quanto ainda podem durar pastilha, disco de freio ou amortecedor, ganhando tempo para juntar dinheiro e programar essas trocas no futuro. "Dependendo da espessura do disco e das pastilhas, é possível rodar 10 000 km ou mais", diz Trivellato. "Se os amortecedores não estiverem vazando e não houver vibração excessiva das rodas ao passar por irregularidades, é sinal de que eles podem durar mais algum tempo."
Ele também ensina como verificar um problema simples e que pode ficar para depois se não for muito grave: a folga da direção. "Basta abaixar o vidro do lado do motorista e, fora do carro, girar um pouco o volante, observando se existe um movimento da roda proporcional", explica Trivellato. "Se a roda mexer menos do que deveria, é porque existe uma folga. Se for bem pequena, pode ficar para depois."
Outra dica é verificar se há marcas nos elos do centro da mola. "Se ela tiver problema, é porque chegou ao fim da vida útil, houve mau uso do veículo ou há problema com a barra estabilizadora. Precisa descobrir o que é. Por outro lado, pode ser que uma vez o carro levou mais peso do que deveria e os elos se tocaram, estando a mola assim em bom estado", diz Trivellato. Além disso, estepe com sulcos pouco acima do 1,6 mm da profundidade mínima obrigatória também não precisa ser mexido logo após a compra. Mas atenção: o mesmo não se aplica aos quatro pneus de uso - ou você acha que vale a pena econo- mizar quando sua vida depende deles?
Foi o que fez o vendedor Maurício Santoro, que acabou de comprar um Civic 2003 na revenda Honda onde trabalha, em São Paulo. "Precisei fazer pouca coisa. Apenas comecei trocando o óleo do motor, o conjunto das correias e seus respectivos rolamentos", diz ele. "Além disso, tinha um amassadinho no para-choque e o espelho do para-sol estava quebrado, detalhes que acabei deixando para depois, bem como a instalação de novas calotas originais", diz. Se você também pensa em comprar em breve um usado, veja a seguir as dicas para quem pretende gastar pouco para deixá-lo em ordem, mas sem correr o risco de ficar na rua por uma avaria que poderia ser evitada, caso ele esteja fora do período de garantia e não tenha as revisões perfeitamente em dia.
Quem conhece prioriza
É unânime entre especialistas que a primeira manutenção a ser feita após comprar um usado é trocar o óleo do motor, os filtros (óleo, ar e combustível), todas as correias e os rolamentos ligados ao funcionamento delas. "Mesmo que as correias tenham bom aspecto, podem se romper na primeira esquina. Não há como descobrir se podem rodar mais ou não", diz o mecânico Wiliam Santos, dono do Patola Auto Center. O peso no bolso depende do modelo. Num VW Gol, óleo e filtros ficam em 171 reais na autorizada, enquanto os de um Citroën C4 saem por 281 reais. Mas na troca das correias a diferença é maior: 185 (Gol) e 560 reais (C4). "Aliás, como as correias terão que ser trocadas, podem-se resolver eventuais problemas de vazamento de água ou óleo com a troca das bombas e, se for o caso, também da válvula termostática", diz Santos.
Dono da oficina Suspentécnica, Alberto Trivellato diz que se a altura do pedal de freio não estiver adequada ou não houver modulação progressiva na frenagem, será preciso verificar itens importantes que não podem ser deixados para depois, como fluido de freio, hidrovácuo, pastilhas, discos e flexíveis. "Qualquer tipo de ruído ao pisar no freio é outro sinal de que há algo errado", diz Trivellato. Ele também diz que, "se o carro estiver puxando para um lado, pode ser apenas falta de calibragem dos pneus. Mas se isso continuar após calibrá-los, pode haver vazamento de fluido, pastilhas gastas, entre outros componentes". Trivellato vai além: "Frente mais baixa que a traseira, ou vice-versa, também pode significar mais gastos com molas, amortecedores e braços de suspensão, entre outros itens".
O próprio dono do veículo pode analisar pontos que são importantes e para os quais muita gente não liga no primeiro momento, conforme explica Gerson Burin, analista técnico do Centro de Experimentação e SegurançaViária (Cesvi)."Algo que precisa ser visto e resolvido imediatamente caso esteja com defeito é a firmeza e o travamento dos bancos, bem como o funcionamento dos pedais, diretamente ligados à dirigibilidade e segurança do veículo", afirma ele. "O mesmo vale para faróis e lanternas, como retrovisores, limpador de para-brisa, desembaçador e cintos de segurança." Afinal, uma lâmpada queimada da seta ou um limpador avariado podem ser suficientes para causar uma batida evitável.
É barato e economiza
O campeão entre os itens cuja troca não é urgente, mas também não vai pesar no seu orçamento, é o conjunto de velas. "Num popular, como o Ford Ka, as velas duram em torno de 40 000 km e a troca em uma concessionária custa 40 reais", afirma o gerente da oficina da rede Ford Sandrecar, Cleyton Carvalho. A dupla alinhamento e balanceamento também faz parte da lista de itens que valem a pena ser feitos quando o seminovo recém-comprado vai para a oficina. A cada 10 000 km é preciso fazer esse serviço, que numa autorizada sai por cerca de 130 reais, jun- to com o rodízio de pneus, caso o nível de desgaste da banda de rodagem ainda permita. "Dificilmente quem vai se desfazer de um usado faz esse tipo de serviço às vésperas de vendê-lo, por isso o custo fica para quem vai comprar o carro", diz Carvalho.
Dá prazer e valoriza
Assim como fez Maurício Santoro, dono do Civic, o recomendável é deixar a parte estética (amassados na lataria, riscos na pintura, rodas arranhadas) para depois, assim você não corre nenhum risco de sofrer acidente por mau funcionamento. Porém, um bom mecânico pode ajudá-lo a ter uma ideia do quanto ainda podem durar pastilha, disco de freio ou amortecedor, ganhando tempo para juntar dinheiro e programar essas trocas no futuro. "Dependendo da espessura do disco e das pastilhas, é possível rodar 10 000 km ou mais", diz Trivellato. "Se os amortecedores não estiverem vazando e não houver vibração excessiva das rodas ao passar por irregularidades, é sinal de que eles podem durar mais algum tempo."
Ele também ensina como verificar um problema simples e que pode ficar para depois se não for muito grave: a folga da direção. "Basta abaixar o vidro do lado do motorista e, fora do carro, girar um pouco o volante, observando se existe um movimento da roda proporcional", explica Trivellato. "Se a roda mexer menos do que deveria, é porque existe uma folga. Se for bem pequena, pode ficar para depois."
Outra dica é verificar se há marcas nos elos do centro da mola. "Se ela tiver problema, é porque chegou ao fim da vida útil, houve mau uso do veículo ou há problema com a barra estabilizadora. Precisa descobrir o que é. Por outro lado, pode ser que uma vez o carro levou mais peso do que deveria e os elos se tocaram, estando a mola assim em bom estado", diz Trivellato. Além disso, estepe com sulcos pouco acima do 1,6 mm da profundidade mínima obrigatória também não precisa ser mexido logo após a compra. Mas atenção: o mesmo não se aplica aos quatro pneus de uso - ou você acha que vale a pena econo- mizar quando sua vida depende deles?
Fonte:QuatroRodas
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